29 janeiro, 2007

MISTURAR É O QUE DÁ LUCRO

Festival de verão deixa de ser um evento segmentado para virar uma prévia do carnaval.

Wagner Ferreira

O show de Bem Harper talvez sirva de exemplo aos organizadores deste que é sem dúvida o maior evento de música do verão brasileiro depois do carnaval.

O cantor e surfista californ
iano foi uma das atrações internacionais que teve maior aceitação de um público que em sua maioria tem um gosto variado, que tendencia para o ritmo da Axé Music.


Já com o rapper de influência judaica, Matsyaho, e a cantora da Black Music americana, Gloria Gaynor, foi diferente. Isso aconteceu pelo fato da organização do evento distribuir os shows de forma aleatória misturando estilos musicais em todos os seus dias.

Mas um dos fatores que pode ter ajudado para que a apresentação de Bem Harper tenha sido melhor sucedida entre as três internacionais, é atribuido a sua influencia da musica Reggae, estilo bastante apreciado na Bahia.


Essa mistura de sons deixa de respeitar a individualidade de quem vai ao festival a fim de curtir seu artista preferido, tendo que antes ou depois ouvir estilos não condizentes com sua preferência.


Nas primeiras edições do Festival de Verão houve uma distribuição de ritmos mais democrática, trazendo atrações internacionais como Spy vs Spy, e Men at Work, com bandas do cenário alternativo brasileiro abrindo seus shows. Com isso, o público poderia escolher o dia que sua banda favorita tocaria, evitando ter que aturar um tipo de música que não fosse de seu gosto.


Está bem claro que a formula do Festival é a mesma do carnaval da Bahia; a de está lotado todos os dias, mesmo que isso cause um choque de culturas, seja ela pop, rock ou popular brasileira.

Pesquisa - Ainda nos primeiros três dias do evento a direção da festa promoveu uma pesquisa com o público. Os espectadores agiram de forma esperada, preferindo as atrações nacionais locais, às internacionais ou de outros estados.

É claro que esta pesquisa de nada vale, já que é feita num contingente de pessoas que vão ao festival com intenção primordial de curtir, independente do que esteja no palco.


Trata-se de um público com um percentual muito grande de turistas e veranistas, os quais vêem o evento como uma prévia do carnaval. Assim é de se esperar que o resultado da pesquisa indique preferência para as pratas da casa.

Leia mais: NADA SE CRIA, TUDO SE COPIA

26 janeiro, 2007

O DIA EM QUE LOBÃO DESAFIOU A RAINHA GLOBAL



Wagner Ferreira


Um ano depois de ter sido preso por porte de cocaína, Lobão é convidado a tocar no Domingão do Faustão. Isso aconteceu no dia das eleições presidenciais de 1989. A disputa estava em 2º turno, e pra quem não lembra era entre Collor e Lula. A Rede Globo era simpatizante de Collor, pela mesma razão que foi dos presidentes da época da ditadura; Visava o controle total da comunicação. Mas Lobão mostrando toda sua polêmica canta de forma sarcástica a música da campanha do Lula ao vivo, e ainda por cima incentivou a platéia a cantar em coro o tema que elegeu o atual presidente à 4 anos atrás.

O cantor é bastante irônico ao falar: “Ainda estou no ar!”, e realmente continua e canta a música dizendo: “Sem crime eleitoral!”

A globo através do seu mais “pentelho” apresentador se faz despercebida e mantém o cantor no ar, porém depois disso Lobão é banido da tv aberta por muitos anos.

Veja este o vídeo também no You Tube clicando no título deste texto.

06 janeiro, 2007

O LENHADOR

Existiu um lenhador que acordava todos os dias às seis da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha. Só parava tarde da noite.
Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses, e também uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança. Todos os dias o lenhador saía para trabalhar e deixava a raposa tomando conta do seu filho. Todas as noites, ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos alertavam o lenhador a toda hora. Diziam que a raposa era, afinal, um bicho, um animal selvagem e, portanto não era confiável. Quando ela sentisse fome certamente iria comer a criança.
O lenhador, sempre retrucando com os vizinhos, falava que tudo isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga, jamais faria uma coisa dessas.
Os vizinhos insistiam:
-Lenhador, abra os olhos! A raposa um dia ainda vai comer seu filho. Quando sentir fome, comerá seu filho!
Um dia, muito exausto do trabalho e já cansado de tantos comentários, o lenhador chegou em casa e deu com a raposa sorrindo como sempre, mas desta vez com a boca toda ensangüentada. O lenhador suou frio e, sem pensar duas vezes, acertou o machado na cabeça do animal. Ao entrar, desesperado, no quarto do filho, encontrou a criança no berço dormindo tranqüilamente e, ao lado da cama, uma cobra morta.
O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.

Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito; siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar. E, principalmente, nunca tome decisões precipitadas.

Texto retirado do livro "O que podemos aprender com os gansos", de Alexandre Rangel.