Lojistas de shoppings da Bahia lamentam prejuízos após mais de 3 meses fechados por conta da pandemia de covid-19
Quando já tinham uma receita confortável em relação aos demais seguimentos do comércio, os donos de shoppings centers de Salvador se organizaram para criar uma nova fonte de cobrança ao explorarem seus estacionamentos.
Boa parte dos shoppings do Brasil já cobrava, mesmo que ainda o cliente comprovasse o consumo em alguma de suas lojas. Os valores variavam entre R$ 5 e 15.
Entre um dos maiores opositores da medida, estava o então prefeito de Salvador João Henrique (2005 - 2013). Desde deputado estadual, ele já se posicionava contra a cobrança, aliás, a defesa do consumidor foi uma das suas bandeiras e o ajudou a eleger-se em seus mandatos. Combativo como parlamentar, e um desastre na gestão da capital baiana, faça-se justiça, Henrique perdeu a batalha para os empresários dos shoppings.
Com a pandemia por covid-19, estabelecimentos comerciais não essenciais foram forçados a fechar as portas e como era de se esperar, também os shoppings. Lojistas, que não eram a favor da cobrança por entenderem que isso afastaria aqueles clientes sazonais, ou que só iriam ao local “dar uma voltinha” e acabavam gastando lá dentro, hoje provam um remédio ainda mais amargo com mais de 90 dias sem poder abrir suas lojas, isso sem deixar de pagar ISS à Prefeitura de Salvador e ICMS ao Governo do Estado.
Segundo lideranças lojistas, por incrível que pareça, o único apoio vem do Governo Federal.
Donos de shoppings que viram em seus amplos estacionamentos “um extra”, sob a desculpa que faltavam vagas para os verdadeiros clientes, agora não têm nem o principal. Uma vez que as medidas restritivas se estendem, lojas com menor aporte financeiro fecham as portas e, consequentemente, o condomínio comercial perde mais um “inquilino”. Agora, nem aluguel tampouco cobrança de estacionamento. Será que na retomada dos serviços e a esperança de mudança de hábitos da população os todo-poderosos empresários de shoppings aprenderão a lição?